Kardec, Allan
A Liga do Ensino
(2o artigo)

(Vide o número precedente)

A propósito do artigo que publicamos sobre a liga do ensino, recebemos do Sr. Macé, seu fundador, a carta seguinte, que julgamos um dever publicar. Se expusemos os motivos sobre os quais apoiamos a opinião restritiva que emitimos, é de toda eqüidade confrontar as explicações do autor.

Beblenheim, 5 de março de 1867.

Senhor,

O Sr. Ed. Vauchez me comunica o que dissestes da liga do ensino na Revista Espírita, e tomo a liberdade de vos dirigir, não uma resposta para ser publicada em vossa Revista, mas algumas explicações pessoais sobre o objetivo que persigo, e o plano que tracei. Ficaria satisfeito se elas pudessem dissimular os escrúpulos que vos detêm e vos ligar a um projeto que não tem, pelo menos no meu espírito, o vácuo que nele vistes.

Trata-se de agrupar, em cada localidade, todos os que se sentem prontos a fazer ato de cidadania, contribuindo pessoalmente ao desenvolvimento da instrução pública em seu redor. Cada grupo deverá necessariamente fazer o seu programa, pois a medida de sua ação é necessariamente determinada por seus meios de ação. Aí me era impossível precisar alguma coisa; mas a natureza desta ação, o ponto capital, eu a precisei da maneira mais clara e mais nítida: Fazer instruir pura e simples, fora de toda preocupação de seita e de partido. Aí está um primeiro artigo uniforme, inscrito antecipadamente no topo de todos os prospectos; aí estará sua unidade moral. Todo círculo que vier a infringi-lo sairá de pleno direito da liga.

Sois, eu não poderia duvidá-lo, muito leal para não convir que não haverá, depois disto, lugar para nenhuma decepção, quando se chegar à execução. Aí só se decepcionariam os que tivessem entrado na liga com a secreta esperança de fazêla servir ao triunfo de uma opinião particular: eles estão prevenidos.

Quanto às intenções que poderia ter o próprio autor do projeto, e à confiança que convém conceder-lhe, permiti-me ficar com a resposta que já dei uma vez a uma suspeita emitida nos Anais do Trabalho, da qual vos peço que tomeis conhecimento. Ela se dirige a uma dúvida quanto às minhas tendências liberais; pode dirigir-se também às dúvidas que poderiam ser levantadas em outros espíritos sobre a lealdade de minha declaração de neutralidade.

Ouso esperar, senhor, que essas explicações vos pareçam suficientemente claras para modificar vossa primeira impressão e que julgareis acertado, se assim o for, dizê-lo aos vossos leitores. Todo bom cidadão deve o apoio de sua influência pessoal ao que reconhece útil, e eu me sinto tão convencido da utilidade de nosso projeto da Liga, que me parece impossível possa ela escapar a um espírito tão experimentado quanto o vosso.

Recebei, senhor, minhas mui cordiais e fraternas saudações.

Jean Macé

A esta carta o Sr. Macé houve por bem juntar o número dos Annales du travail, no qual se acha a resposta mencionada acima, e que reproduzimos integralmente.

Beblenheim, 4 de janeiro de 1867.

Senhor Redator,

A objeção que fizestes relativamente a uma possível modificação de minhas idéias liberais e, em conseqüência, ao perigo, também possível, de uma direção má, dada ao ensino da Liga, tal objeção me parece lamentável, e eu vos peço permissão para responder aos que vo-la fizeram, não pelo que me concerne – julgo-o inútil – mas pela honra de minha idéia, que não compreenderam. A Liga nada ensina e não terá direção a dar. É, pois, supérfluo inquietar-se desde já com as opiniões mais ou menos liberais de quem procura fundá-la.

Faço apelo a todos os que levam a sério o desenvolvimento da instrução em seu país e que desejam nela trabalhar, quer para os outros, ensinando, quer para si mesmos, aprendendo. Convido-os a se associarem em todos os pontos do território; a fazer ato de cidadania, combatendo a ignorância, e de sua bolsa e de sua pessoa, o que vale ainda mais; a perseguir homem a homem, os maus pais, que não mandam os filhos à escola; a fazer vergonha aos camaradas que não sabem ler nem escrever; a lhes lembrar que sempre é tempo; em lhes pôr o livro e a pena na mão, caso necessário, improvisando-se professores, cada um daquilo que sabe; em criar cursos e bibliotecas, em benefício dos ignorantes que desejam cessar de o ser; enfim, em formar por toda a França um só feixe para se prestar mútuo auxílio contra as influências inimigas – algumas há, infelizmente, de uma elevação considerada perigosa, segundo o nível intelectual do povo.

Caso se consiga fazer tudo isto, por favor, em que sentido inquietante esse movimento poderia ser dirigido, fosse por quem fosse? Que se organize, por exemplo, em Paris, entre operários, Sociedades de cultura intelectual, como as que existem às centenas em cidades da Alemanha, e das quais o Sr. Edouard Pfeiffer, presidente da Associação de Instrução Popular de Wurtemberg, explicava o funcionamento de maneira tão interessante no número do Coopération de 30 de setembro último; que, no bairro de Santo Antônio, no quarteirão do Temple, em Montmartre, em Batignolles, grupos de trabalhadores entrados na Liga se reúnam para se dar, em conjunto, em certos dias, saraus de instrução com professores de boa vontade, ou mesmo pagos, por que não? – os operários ingleses e alemães não se recusam a este luxo – eu queria bem saber o que virão lá fazer as doutrinas de um professor de moças que dá suas aulas em Beblenheim, e que não tem a menor vontade de mudar de alunos. – Esta gente não estará em casa? Precisará pedir licença a mim?

Não que eu me proíba de ter uma doutrina em matéria de ensino popular. Certamente tenho uma; sem isto não me permitira pôr-me como meu próprio chefe, à frente de um movimento como este. Ei-la tal qual acabo de a formular no Anuário da Associação de 1867. É a negação mesma de toda direção “em tal sentido em vez de outro”, para me servir da expressão dos que não estão inteiramente seguros de mim, e me declaro pronto a pôr a seu serviço tudo quanto eu possa ter de autoridade pessoal – não temo falar disto porque tenho consciência de havê-la ganho legalmente:

“Pregar ao ignorante num ou noutro sentido, nada adianta e não o faz avançar. Ele fica depois à mercê de pregações contrárias, delas não sabendo mais do que sabia antes. Que aprenda o que sabem os que lhe pregam – já é outra coisa; ficará em estado de pregar e os que temessem que ele próprio fosse um mau pregador, podem assegurar-se previamente. A instrução não tem duas maneiras de agir sobre os que a possuem. Se nelas se acham bem por sua conta, por que não prestaria ela o mesmo serviço aos outros?”

Se os vossos correspondentes “de fora” conhecem uma maneira mais liberal de entender a questão do ensino popular, que tenham a bondade de mo ensinar. Não conheço nenhuma.

Jean Macé

P. S. – Pedis que eu responda a uma pergunta que vos foi feita sobre o destino futuro de somas subscritas para a Liga.

A subscrição aberta presentemente destina-se a cobrir as despesas de propaganda do projeto. Publicarei em cada boletim, como acabo de fazer no primeiro, o balanço das receitas e das despesas e prestarei minhas contas, com documentos comprobatórios, à comissão que for nomeada para tal fim, na primeira assembléia geral.

Quando a liga for constituída, o emprego das cotizações anuais deverá ser determinado – pelo menos é a minha opinião – no seio dos grupos aderentes que se formarem. Cada grupo fixaria a parte que lhe conviria no fundo geral de propaganda da obra, para onde iriam igualmente as cotizações dos aderentes que não julgassem a propósito engajar-se num grupo especial.

Reflexões sobre as cartas precedentes:

Talvez isto se deva à falta de perspicácia de nossa inteligência, mas confessamos com toda a humildade não estar mais esclarecido do que antes; diremos mesmo que as explicações acima vêm confirmar nossa opinião. Haviam-nos dito que o autor do projeto tinha um programa bem definido, mas que se reservava para o dar a conhecer quando as adesões fossem suficientes. Esta maneira de proceder nem nos parecia lógica, nem prática, porquanto, racionalmente, não se pode aderir àquilo que não se conhece. Ora, a carta que o Sr. Macé teve a gentileza de nos escrever, não nos dá absolutamente a entender que seja assim; ao contrário, diz: “Cada grupo necessariamente deverá fazer seu próprio programa”, o que significa que o autor não tem um que lhe seja pessoal. Disso resulta que se houver mil grupos, pode haver mil programas; é a porta aberta à anarquia dos sistemas.

É verdade que ele acrescenta que o ponto capital é precisado da maneira mais clara e mais nítida pela indicação do objetivo, que é “fazer instrução pura e simples, fora de qualquer preocupação de seita e de partido.” O objetivo é louvável, sem dúvida, mas nele não vemos senão boa intenção e não a indispensável precisão das coisas práticas.

“Todo círculo – acrescenta ele – que viesse a infringi-lo, sairia de pleno direito da Liga.” Eis a medida cominatória. Pois bem! esses círculos serão livres para sair da Liga, e para formar outras ao lado, sem julgar ter desmerecido fosse no que fosse. Eis, pois, a Liga principal rompida desde o princípio, por falta de unidade de vistas e de conjunto. O objetivo indicado é tão geral que se presta a um erro de aplicações muito contraditórios, e que cada um, interpretando-o segundo suas opiniões pessoais, julgará estar certo. Aliás, onde está a autoridade que legalmente pode pronunciar esta exclusão? Não existe. Não há nenhum centro regulador com qualidade para apreciar ou controlar os programas individuais que se afastassem do plano geral. Tendo cada grupo sua própria autoridade e seu centro de ação, é o único juiz do que faz. Em tais condições cremos impossível um entendimento.

Até aqui só vemos nesse projeto uma idéia geral. Ora, uma idéia não é um programa. Um programa é uma linha traçada, da qual ninguém pode afastar-se conscientemente, um plano decidido nos mais minuciosos detalhes, e que nada deixa ao arbitrário, onde todas as dificuldades de execução estão previstas e onde as vias e meios são indicados. O melhor programa é o que dá menos chance à improvisação.

“Era-me mesmo impossível precisar alguma coisa – diz o autor – porque a medida de ação de cada grupo será necessariamente determinada por seus meios de ação.” – Em outros termos, pelos recursos materiais de que poderá dispor. Mas isto não é uma razão. Todos os dias fazem-se planos, elaboram-se projetos subordinados aos meios eventuais de execução. É somente vendo um plano, que o público se decide a associar-se, conforme compreenda a sua utilidade e nele veja elementos de sucesso.

O que, antes de tudo, teria sido preciso fazer, era assinalar com precisão as lacunas do ensino que se propunham encher, as necessidades que se queria prover; dizer: se se entendia favorecer a gratuidade do ensino, retribuindo ou indenizando professores ou professoras; fundar escolas onde não as há; suprir a insuficiência do material de instrução nas escolas muito pobres para dele se prover; fornecer livros às crianças que não os podem comprar; instituir prêmios de encorajamento para os alunos e professores; criar cursos para adultos; pagar homens de talento para ir, como missionários, fazer conferências instrutivas no campo e destruir as idéias supersticiosas com o auxílio da Ciência; definir o objetivo e o espírito desses cursos e dessas conferências, etc., essas e outras coisas. Só então o objetivo teria sido claramente especificado. Depois poderiam dizer: “Para o atingir, são precisos recursos materiais.” Então vamos apelar aos homens de boa vontade, aos amigos do progresso, aos que simpatizam com nossas idéias; que formem comitês por Departamentos, bairros, cantões ou comunas, encarregados de recolher subscrições. Não haverá caixa geral e central; cada comitê terá a sua, cujo emprego dirigirá conforme o programa traçado, em razão dos recursos de que poderá dispor; se recolher muito, fará muito; se recolher pouco fará menos. Mas haverá um comitê diretor, encarregado de centralizar as informações, transmitir os avisos e as instruções necessárias, resolver as dificuldades que possam surgir, imprimir ao conjunto um cunho de unidade, sem o qual a liga seria uma palavra vã. Entende-se uma liga como uma associação de indivíduos marchando de comum acordo e solidariamente para a realização de um objetivo determinado. Ora, desde o instante que cada um pode entender o objetivo à sua maneira, e agir como quiser, não há mais liga nem associação.

Aqui não se trata apenas de uma meta a alcançar. Desde o instante que sua realização repousa em capitais a recolher por meio de subscrições, há combinação financeira; a parte econômica do projeto não pode ser deixada ao capricho dos indivíduos, nem ao sabor dos acontecimentos, sob pena de periclitar; ela reclama uma elaboração prévia, séria, um plano concebido com previdência na previsão de todas as eventualidades.

Um ponto essencial no qual parece não terem pensado, é este: Sendo permanente o fim a que se propõem, e não temporário, como quando se trata de um infortúnio a aliviar, ou de um monumento a erguer, exige recursos permanentes. Prova a experiência que jamais se deve contar com subscrições voluntárias regulares e perpétuas; assim, se se operasse diretamente com o produto das subscrições, logo tal produto seria absorvido. Se se quiser que a operação não seja interrompida em sua própria fonte, é preciso constituir uma receita para não viver do seu capital; por conseguinte, capitalizar as subscrições da maneira mais segura e produtiva. Como? com que garantia e sob que controle? Eis o que todo projeto, que se baseie num movimento de capitais, deve prever antes de tudo, e determinar antes de algo recolher, como igualmente deve determinar o emprego e a repartição dos fundos coletados por antecipação, no caso em que, por uma causa qualquer, não lhe dessem continuidade. Por sua natureza, o projeto comporta uma parte econômica tanto mais importante quanto é dela que depende seu futuro, e aqui falta completamente.

Suponhamos que antes do estabelecimento das sociedades de seguros, um homem tivesse dito: “Os incêndios fazem devastações diárias; pensei que se nos associássemos e nos cotizássemos poderíamos atenuar os efeitos do flagelo. Como? Ignoro-o. Primeiramente farei a minha subscrição, depois decidiremos. Vós mesmos procurareis o meio que melhor vos convier e tratareis de vos entender.” Sem dúvida a idéia teria sorrido a muitos; mas quando se tivessem posto à obra, com quantas dificuldades práticas não se teriam chocado, por não terem tido uma base previamente elaborada! Parece-nos que aqui o caso é mais ou menos o mesmo.

A carta publicada nos Anais do Trabalho e referida acima, não elucida mais a questão; confirma que o plano e a execução do projeto são deixados ao arbítrio e à iniciativa dos subscritores. Ora, quando a iniciativa é deixada a todos, ninguém a
toma. Aliás, se os homens têm bastante raciocínio para apreciar se o que lhes oferecem é bom ou mau, nem todos estão aptos para elaborar uma idéia, sobretudo quanto ela abarca um campo tão vasto quanto este. Essa elaboração é o complemento indispensável da idéia primitiva. Uma liga é um corpo organizado, que deve ter um regulamento e estatutos, para marchar em conjunto, se quiser chegar a um resultado. Se o Sr. Macé tivesse estabelecido estatutos, mesmo provisórios, sob a condição de os submeter mais tarde à aprovação dos subscritores, que os poderiam modificar livremente, como é de praxe em todas as associações, teria dado um corpo à Liga, um ponto de ligação, ao passo que ela não tem nem um nem outro. Dizemos mesmo que não tem bandeira, já que é dito na carta precitada: A liga nada ensinará e não terá direção a dar; é, pois, supérfluo inquietar-se desde já com as opiniões mais ou menos liberais de quem procura fundá-la. Conceberíamos esse raciocínio se se tratasse de uma operação industrial; mas numa questão tão delicada quanto o ensino, que é encarado sob pontos de vista tão controvertidos, que toca os mais graves interesses da ordem social, não compreendemos que se possa fazer abstração da opinião daquele que, a título de fundador, deve ser a alma do empreendimento. Tal asserção é um erro lamentável.

Do vácuo que reina na economia do projeto, resulta que, subscrevendo-o, ninguém sabe a que, nem por que se empenha, pois não sabe que direção tomará o grupo do qual faz parte; que se encontrarão até subscritores que não farão parte de nenhum grupo. A organização desses grupos nem sequer é determinada; suas circunscrições, suas atribuições, sua esfera de atividade, tudo é deixado no desconhecido. Ninguém tem qualificação para os convocar; contrariamente ao que se pratica em casos semelhantes, nenhum comitê de vigilância é instituído para regular e controlar o emprego dos fundos recolhidos por antecipação e que servem para pagar as despesas de propaganda da idéia. Já que há despesas gerais pagas com os fundos dos subscritores, seria preciso que estes últimos soubessem em que consistem. O autor quer lhes deixar toda a liberdade de agir para se organizarem como bem entenderem; quer ser apenas o promotor da idéia. Seja. E longe de nós o pensamento de levantar contra a sua pessoa a menor suspeita de desconfiança; mas dizemos que para a marcha regular de uma operação deste gênero e para lhe garantir o sucesso, há medidas preliminares indispensáveis, que foram totalmente negligenciadas, o que vemos com pesar, no interesse mesmo da causa. Se for intencionalmente, julgamos mal fundado o pensamento; se for por esquecimento, é lastimável.

Não temos autoridade para dar qualquer conselho nesta questão, mais eis como geralmente se procede em semelhantes casos.

Quando o autor de um projeto que necessita de um apelo à confiança pública não quer assumir sozinho a responsabilidade da execução e, também com o objetivo de cercarse de mais luzes, preliminarmente reúne em seu redor certo número de pessoas cujos nomes sejam uma recomendação, que se associam à sua idéia e a elaboram com ele. Essas pessoas constituem o primeiro comitê, quer consultivo, quer cooperativo, provisório até a constituição definitiva da operação e da nomeação, pelos interessados, de um conselho fiscal permanente. Tal comitê é para estes últimos uma garantia, pelo controle que exerce sobre as primeiras operações, das quais é encarregado de prestar contas, bem como das primeiras despesas. Além disso, é um apoio e uma divisão de responsabilidade para o fundador. Este, falando em seu nome, e escorado no conselho de vários, haure nessa autoridade coletiva uma força moral sempre mais preponderante sobre a opinião das massas do que a autoridade de um só. Se tivessem procedido assim com a Liga do Ensino, e se o projeto tivesse sido apresentado nas formas usuais e em condições mais práticas, sem dúvida alguma os aderentes teriam sido mais numerosos. Mas tal como está, em nossa opinião deixa muitos indecisos.

Embora o projeto esteja entregue à publicidade e, por conseguinte, ao livre-exame de cada um, dele não teríamos falado se, de certo modo, não tivéssemos sido constrangidos pelos pedidos que nos eram dirigidos. Em princípio, sobre coisas às quais, do nosso ponto de vista, não podemos dar inteira aprovação, preferimos guardar silêncio, a fim de não lhe trazer nenhum entrave. Como nos pediram novas explicações a propósito de nosso último artigo, julgamos necessário motivar nossa maneira de ver com maior precisão. Mas, ainda uma vez, apenas damos a nossa opinião, que não compromete ninguém. Seríamos felizes se fôssemos o único de nossa opinião, e se o acontecimento viesse provar que nos enganamos. Associamo-nos de coração à idéia matriz, mas não ao seu modo de execução.
R.E. , abril de 1867, p. 159